Estivemos na Califórnia em 2017 a passeio e, apesar dos contratempos e mudanças de roteiro devido aos incêndios florestais, curtimos muito e saímos com muita vontade de voltar. A região que visitamos foi a centro-norte, desde a deslumbrante estrada até Santa Cruz, a charmosa praia de Carmel, subindo as montanhas para o espetacular Parque Nacional de Yosemite, e passando por San Francisco.
O estado norte-americano abriga paisagens maravilhosas, variando entre um litoral muitas vezes selvagem e as metrópoles caóticas – apesar de muito charmosas, como é o caso de San Francisco.
Na chegada, em San Francisco, alugamos um carro e descemos a Pacific Coast Highway (ou Highway 1) admirados com tamanha a beleza da costa californiana, em grande parte ainda bem selvagem, com muitas áreas de mata preservada e oceano revolto.
Cerca de 120 Km depois chegamos em Santa Cruz, a cidade onde o surf começou nos Estados Unidos (exceto pelo Hawaii) em 1885. A cidade respira surf, então pegar uma praia com as crianças é atividade mais óbvia. Porém, as águas geladas do Oceano Pacífico e o vento podem deixar um brasileiro acostumado com as nossas praias deliciosas um tanto desanimado – se não for surfista é claro.
Mas Santa Cruz tem muito mais a oferecer, o Board Walk é um calçadão na beira da praia que oferece muitas opções de comida tradicional norte-americana (fast food) e tem um dos parques de diversões mais antigos do país, super colorido, um cenário bem interessante para fotos. O píer logo em frente ao Board Walk tem uma atração a parte que as crianças amam: leões marinhos descansam na base da estrutura.
Assistir a galera surfando de cima de uma das falésias ao longo do calçadão é outro programa legal, além de checar o Museu do Surf. Neste local tem um gramado grande onde muitas crianças ficam brincando.
De Santa Cruz partimos para Carmel-by-the-sea, uma cidadezinha muito charmosa e cercada de uma natureza exuberante. Na Praia, cujo fundo do mar é lotado de algas sargaços, é possível ver a rica fauna marinha quando golfinhos dão um show. Nós vimos um destes no pôr do sol, que sem dúvidas, foi um dos mais lindos que já vimos. Esta região é notória por possuir bons pontos de mergulho de cilindro.
No segundo dia partimos para o sul e topamos com um lugar lindíssimo, Carmel River State Beach, um local que passou por um processo de restauração ecológica e hoje, com as áreas úmidas recuperadas, centenas de aves podem ser vistas a poucos passos de distância. A praia é bem selvagem, um espetáculo.
Mais ao sul chegamos no Point Lobos State Reserve, uma área protegida que tem um centro de visitantes e trilhas bem acessíveis (nós usamos carrinho de bebê com uma roda grande e foi tranquilo) que vão costeando uma das paisagens mais bonitas da Califórnia. É possível descer das falésias em algumas praias.
Partindo da região de Carmel rumamos para o interior em uma viagem de cerca de 6 horas para o Parque Nacional de Yosemite. A estrada passa por muitas plantações e é possível ter uma ideia da forte cultura agrícola desta região. É muito importante chegar ao Yosemite ainda durante o dia, especialmente se você, como fizemos, escolheu uma casa em um dos muitos loteamentos perto do parque. No sobe e desce da montanha à noite pode ser bem difícil de encontrar o local (sobretudo se for inverno).
O parque é muito grande, então é importante se informar muito bem antes de chegar sobre quais as atrações abertas dependendo da época do ano. Nós, no primeiro dia exploramos os arredores do Centro de Visitante do Yosemite Valley: curtimos a paisagem exuberante da área de pique-nique da Sentinel Beach e fizemos uma trilha curta e muito bem pavimentada até as Yosemite Falls que são lindíssimas. Todo o percurso fizemos com o carrinho de bebê e o melhor: vimos muito cervos, bem de pertinho.
No segundo dia subimos de carro para ver os pontos panorâmicos, onde é possível enxergar o Half Dome, Yosemite Valley e o Yosemite Falls. A tarde fomos até a trilha que leva até as Sequóias gigantes (Mariposa Grove), um passeio incontornável, pois a magnitude das sequoias é algo inesquecível – novamente descemos a trilha de carrinho intercalando com períodos de Canguru, brincadeira e caminhada na trilha para gastar a energia do pequeno que tinha 1 ano e 3 meses.
Fomos também até a Represa Hetch Hetchy passando por uma estrada sinistramente linda, mas só para os mais aventureiros, pois é muito sinuosa e sobre penhascos de revirar o estomago.
Saindo do Yosemite, fomos à San Francisco, que é uma cidade muito charmosa e diferente de todas que já conhecemos devido à arquitetura e ao relevo em colinas. Passamos na Ocean Beach para conferir um campeonato de ondas grandes. Depois tentamos fazer alguns passeios mais clássicos, como o bairro hippie (Haight-Ashbury), que não foi tão interessante já que as ruas são lotadas e principalmente, com muitas pessoas alcoolizadas. Não é um passeio que recomendo com crianças.
Deixei a família passeando e desci o bairro em busca de um parquinho, que logo encontrei junto à avenida principal. Aliás, parquinhos foi a melhor sacada para nós enquanto a família curtia as atrações da cidade. São muitos, em cada bairro tem um diferente do outro e muito bem cuidados, lotados de crianças.
O passeio mais tradicional que sim é interessante para os pequenos é a ida ao Píer 39 para ver os leões marinhos e a alegria dos músicos que lotam as calçadas.
Encerrando a nossa viagem, o que tomamos de lição é que uma viagem para a Califórnia demanda um planejamento bem alinhado entre as condições meteorológicas de cada estação e o que se pretende fazer.
Outubro foi uma época bastante turbulenta, quando a temporada de incêndios é bem intensa após a seca dos meses de verão combinada com o início da época de ventos fortes. Sentimos o ar pesado no Yosemite devido aos incêndios que estavam sendo controlados em algumas partes do parque e tivemos que alterar o roteiro, deixando San Francisco por último devido às condições insalubres do ar quando chegamos.
Portanto, é um passeio inesquecível, que vale muito a pena e bem tranquilo em família. Porém, precisa ser bem planejado e é bom ter reservas com condições favoráveis ao cancelamento caso seja necessário.
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