A Ilha do Mel é um daqueles lugares que a gente vai e sempre quer voltar (p.s. – na BAIXA temporada). É uma tranquilidade, já que dos seus 2.700 hectares, apenas 200 têm permissão de uso - o restante é reserva ecológica que abrange restingas, floresta e pequenos manguezais. Ah e muito importante, carros não circulam.
Andar pelas trilhas onde os únicos veículos são bicicletas e as nossas perninhas, é um luxo atualmente. Ligar uma lanterna e sair caminhando à noite ouvindo apenas o som da Mata e dos poucos barezinhos que pontilham a ilha é um alimento para a alma.
Ainda mais indescritível é assistir ao pôr do sol no lado oeste da Ilha, onde o contorno das montanhas e da baía de Paranaguá vão aos poucos sendo desenhados pela luz alaranjada que se esconde no horizonte.
Levar os filhos em um local como este é a melhor aula de sensibilização ambiental que poderia haver desde o início do passeio. Os carros ficam em um dos muitos estacionamentos ao redor do Porto de Paranaguá ou no Terminal de embarque de Pontal do Sul – que é um pouco mais próximo da ilha. Ali já temos a primeira lição: levar apenas o necessário para curtir a natureza.
Com as mochilas nas costas e pranchas debaixo do braço, o ideal é ter um carrinho de bebê com rodas grandes para levar as crianças menores – as trilhas da ilha são bem abertas, com trechos de areia fina mas muitos de chão batido, e praticamente planas, com exceção da que vai de Nova Brasília à Encantadas, mas esse passeio também pode ser feito de barco.
Chegando no terminal de embarque lembre de colocar o colete salva vidas que a aventura no barco é bem empolgante para os pequenos. Mesmo a travessia sendo feita na Baía, pode ter vento e o mar mexer um pouco. Desembarcando, geralmente tem carregadores com pequenos reboques de mão que você pode pagar, mas o ideal se houver muita bagagem é já combinar com a pousada.
Na ilha há praias para todos os gostos, de mar calmo logo na chegada dos barcos, local que merece muito uma remada de Stand Up Paddle (colete novamente para os pequenos, item essencial!) e de surf no lado do mar aberto, onde a faixa de areia tem uma extensão bem boa para as crianças brincarem. Um passeio até os costões das praias é sempre o ponto alto para conhecer os bichinhos se a maré estiver baixa.
Nas trilhas, é possível ver de pertinho muitas aves deslumbrantes, como o pica-pau-de-cabeça-amarela e o príncipe – uma ave de um vermelho absurdamente lindo encontrada na região entre primavera e verão – além dos pássaros migratórios marinhos que vem se alimentar na maré baixa.
O ponto alto da viagem pode ser alugar uma bicicleta e levar um pique nique partindo rumo a Estação Ecológica, onde podemos encontrar de um lado uma fortaleza e de outro as restingas a perder de vista (além do pôr do sol). Na última vez que estivemos na Ilha do Mel, levamos uma canga e tiramos uma soneca bem longe, onde não se ouve som nenhum além da natureza.
Ficando na vila de Nova Brasília é interessante visitar o Farol, que tem uma vista incrível da ilha, mas lembre-se que com as crianças menores as escadas podem ser um pouco perigosas, então um canguru ou uma daquelas mochilas com cadeirinha pode ser interessante!
Com tempo extra um passeio bem legal é pegar um barco e passar o dia ou até dormir uma noite no Parque Nacional do Superagui, onde existe uma ilha que serve de dormitório para centenas de papagaios-da-cara-roxa. O passeio é longo, cada trecho pode levar cerca de duas horas, dependendo do tipo de embarcação.
A Ilha do Mel é muito bem servida em termos de serviços como pousadas, campings, restaurantes e pequenos mercados (que têm o básico), é só escolher onde você prefere ficar (mais perto do surf, da “badalação” nos centrinhos, ou de praias de mar calmo – aqui você encontra um mapa bem ilustrativo).
Ou seja, não chovendo (muito importante, não vá com crianças se tiver previsão ruim), tem muita coisa legal para curtir em família na Ilha do Mel, só não esqueça de duas coisas: repelente e de se desligar do agito do cotidiano!!
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